O antigo diário, arquivado, desactivado...

Sexta-feira, 27 de Junho de 2008

Pois é. Depois de uma semana de trabalho intensivo, seguida de outra semana de férias exaustivas e mais uma para (tentar) pôr os assuntos em dia, voltei.


Mas como tinha prometido ao meu Pai, vou colocar um texto que ele escreveu, para ver se lhe dá "pica" para continuar a escrever. É que o homem tem jeitinho, digo eu...



   


                                                             


                                                                     ESCREVER


Fazer um filho
Plantar uma árvore
Escrever um livro

São as três metas definidas (não sei por quem), para que um homem se sinta realizado.
Discordo dos três objectivos.

Primeiro porque um filho não se “faz”. Um filho gera-se no amor entre duas pessoas e, programado ou não, a sua concepção é fruto de um prazer mais profundo do que “fazer”.
Mesmo os filhos mais desejados e “difíceis” não são feitos. São concebidos na base do amor mas, provavelmente, a intenção e o desejo poderão superar o sublime acto de união livre e espontânea entre dois seres.

Plantar uma árvore, também não me parece o “máximo” porque já vamos executar uma tarefa já começada por outrem que com o seu cuidado, conhecimento e dedicação, conseguiu fazer germinar uma semente e trazê-la até nós, para finalmente a plantarmos e esperar o seu desenvolvimento.
É como adoptar uma criança. Pode-se amar como um filho, mas falta o espaço de tempo anterior com as suas recordações, receios, cuidados, cumplicidades, desejos, etc..

O acto de escrever um livro também não deverá ser considerado como o clímax da erudição (leia-se sabedoria), pois a capacidade para pôr em escrito o pensamento, não é acessível a todos, por não terem possibilidade para tal.
E o que é um livro?
Uma história verídica?
Um retrato de alguém ou de uma paisagem ou de qualquer coisa cuja descrição possa ser mais ou menos fiel aos nossos olhos?
Uma ficção escrita por uma mente criativa?
Um relato mais ou menos fiel de acontecimentos passados?
Qualquer das opções anteriores sugere-me algo um acto solitário que dependendo da apreciação de terceiros, poderá levar-nos a frustrações, desenganos e até bajulações que poderão influenciar todo o nosso pensamento.

Tudo isto serve para me colocar dentro dos candidatos a “homem realizado”, porque :

    1.    “Fiz” dois filhos, cada um do seu modo. O primeiro porque o simples amor e vontade de ver o resultado desse amor, não foi imediato. O tempo passava sem que desse sinal de querer dar a alegria desejada. Mas ao fim de alguns anos, fomos contemplados …. O segundo, foi mesmo resultado de um prazer que só o amor pode proporcionar.

    2.    Já plantei algumas árvores. Mas o que me deu mais gozo, foi deitar uma semente à terra e esperar que ela crescesse, e ainda tive a felicidade de comer dos seus frutos …

    3.    Não irei escrever um livro. Excepto o “livro de actas do condomínio”, que normalmente é um trabalho em conjunto. Também o livro de cheques que, além de não me dar prazer, retira-me algum dinheiro da conta.



…Será isto o começo de um livro ?




Tem ou não tem jeito? E eu espero que continue a escrever por muitos anos e que acabe o livro de uma forma feliz.

 

 

 

sinto-me: orgulhoso...
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publicado por Tenrinho às 09:27
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