O antigo diário, arquivado, desactivado...

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009


Esta pérola literária só poderia vir de uma pessoa que já conta com 68 anos, bem vividos e bem sentidos, que agora redescobriu o gosto pelas letras. Estou a falar, claro, do meu Pai (que já tinha contribuido aqui: aqui). Este fala da vida do Amor.

É lindo!

 
 
 
A VIDA DO AMOR
 
 
VER
OLHAR
SENTIR
CORAR
TREMER
TOCAR
VIBRAR
ESPERAR
ADORAR
CONSUMAR
EXPLODIR 
SOFRER
CHORAR
EXULTAR
NASCER
CRESCER
PENSAR
SOFRER
LEMBRAR
PARAR
MORRER
 
 

O texto que acompanhava este escrito era :"Olha-me bem para a profundidade deste escrito !
Não te debruces muito ..."

 

O homem tem mesmo jeito, caramba!

 

P.S.: Este post vai ser o primeiro post do meu novo blog o otenrinho.blogs.sapo.pt.

 

 

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publicado por Tenrinho às 08:09
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Sexta-feira, 27 de Junho de 2008

Pois é. Depois de uma semana de trabalho intensivo, seguida de outra semana de férias exaustivas e mais uma para (tentar) pôr os assuntos em dia, voltei.


Mas como tinha prometido ao meu Pai, vou colocar um texto que ele escreveu, para ver se lhe dá "pica" para continuar a escrever. É que o homem tem jeitinho, digo eu...



   


                                                             


                                                                     ESCREVER


Fazer um filho
Plantar uma árvore
Escrever um livro

São as três metas definidas (não sei por quem), para que um homem se sinta realizado.
Discordo dos três objectivos.

Primeiro porque um filho não se “faz”. Um filho gera-se no amor entre duas pessoas e, programado ou não, a sua concepção é fruto de um prazer mais profundo do que “fazer”.
Mesmo os filhos mais desejados e “difíceis” não são feitos. São concebidos na base do amor mas, provavelmente, a intenção e o desejo poderão superar o sublime acto de união livre e espontânea entre dois seres.

Plantar uma árvore, também não me parece o “máximo” porque já vamos executar uma tarefa já começada por outrem que com o seu cuidado, conhecimento e dedicação, conseguiu fazer germinar uma semente e trazê-la até nós, para finalmente a plantarmos e esperar o seu desenvolvimento.
É como adoptar uma criança. Pode-se amar como um filho, mas falta o espaço de tempo anterior com as suas recordações, receios, cuidados, cumplicidades, desejos, etc..

O acto de escrever um livro também não deverá ser considerado como o clímax da erudição (leia-se sabedoria), pois a capacidade para pôr em escrito o pensamento, não é acessível a todos, por não terem possibilidade para tal.
E o que é um livro?
Uma história verídica?
Um retrato de alguém ou de uma paisagem ou de qualquer coisa cuja descrição possa ser mais ou menos fiel aos nossos olhos?
Uma ficção escrita por uma mente criativa?
Um relato mais ou menos fiel de acontecimentos passados?
Qualquer das opções anteriores sugere-me algo um acto solitário que dependendo da apreciação de terceiros, poderá levar-nos a frustrações, desenganos e até bajulações que poderão influenciar todo o nosso pensamento.

Tudo isto serve para me colocar dentro dos candidatos a “homem realizado”, porque :

    1.    “Fiz” dois filhos, cada um do seu modo. O primeiro porque o simples amor e vontade de ver o resultado desse amor, não foi imediato. O tempo passava sem que desse sinal de querer dar a alegria desejada. Mas ao fim de alguns anos, fomos contemplados …. O segundo, foi mesmo resultado de um prazer que só o amor pode proporcionar.

    2.    Já plantei algumas árvores. Mas o que me deu mais gozo, foi deitar uma semente à terra e esperar que ela crescesse, e ainda tive a felicidade de comer dos seus frutos …

    3.    Não irei escrever um livro. Excepto o “livro de actas do condomínio”, que normalmente é um trabalho em conjunto. Também o livro de cheques que, além de não me dar prazer, retira-me algum dinheiro da conta.



…Será isto o começo de um livro ?




Tem ou não tem jeito? E eu espero que continue a escrever por muitos anos e que acabe o livro de uma forma feliz.

 

 

 

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publicado por Tenrinho às 09:27
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Segunda-feira, 5 de Maio de 2008
Já devia ter escrito este post no Dia do Pai ...

Parece que, depois dos trinta (quase nos 33...), começo a dar mais importância a certas coisas e fazer uma "revisão" do que foi a minha vida.

Não fui uma criança fácil, sempre às turras com a minha irmã e a arreliar os meus pais com birras. Como adolescente ainda fui pior : a minha "fase do armário" durou muito tempo (acho que ainda não passou...), e então achava que o papel dos meus pais era lixar-me a vida, nunca me deixavam fazer o que eu queria, quando eu queria. Era falso, claro. Tudo o que eles queriam era dar-me uma educação como deve ser (acho que não se sairam mal...). Mas não era isso que eu achava. Achava que eles não gostavam de mim, que davam tudo à minha irmã e eu não levava nada, cheguei até a pensar que era adoptado!!

Claro que era panca minha...

NUNCA me faltou nada. Nem mimos, nem amor, nem amizade.

O meu Pai sempre trabalhou muito para nos conseguir dar o que precisavamos (e o que queriamos). Por isso, e porque o meu Pai era,e é, um Profissional (no trabalho e como Pai), haviam muitos serões e trabalhos ao fim-de-semana. Aliás, o meu primeiro emprego pago, foi ajudar o meu pai a envelopar recibos a 10 centavos cada...

Aqui há uns meses, ao levar o meu Pai ao Centro de Saúde depois de mais uma crise nas costas, e depois de lhe ter dado na cabeça por não me ter avisado mais cedo, veio-me com uma conversa que não esteve tão presente como desejava e que tinha pena por isso. Isto foi dito com uma lágrima no canto do olho que foi prontamente disfarçada.

Parece que é parvo!!!

Esteve SEMPRE presente quando foi preciso! Quando foi preciso educação, amor, carinho, paciência, estava lá. Então os passeios pelo Monsanto, as corridas, o "Castelo é Nosso", o Carvoeiro mais a pesca no Algar-Seco, as visitas aos clientes e que nos punhamos atrás dos carros na auto-estrada para ver se abrandavam, as aulas de condução na rua da Avó Laura... Tanta coisa...


Por isto e muito mais :

PAI, ADORO-TE!

sinto-me: grato
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publicado por Tenrinho às 15:50
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